“Seria redundante repetir as estatísticas do perigo que estamos a viver; as florestas diminuídas para metade, as espécies para quase metade, os gelos polares regredindo sob o aquecimento global. Tudo isso é agora sobejamente conhecido. O que o documentário de David Attenborough faz bem, aliás, não é tanto soltar o grito de alarme. Acima de tudo, aquilo que este documentário faz bem é persuadir-nos de que está ao nosso alcance evitar o pior desta crise. Como diz David Attenborough, o “plano é óbvio”: em primeiro lugar, temos de fazer menos (ou deixar de fazer de todo) as coisas que causam dano à sustentabilidade da vida no planeta; em segundo lugar, temos de investir na transição social e económica para as tecnologias amigas do ambiente, as energias renováveis; em terceiro lugar, precisamos de reduzir a pegada ecológica da humanidade estabilizar os próprios números da população humana global algures ao longo deste século; em quarto lugar, precisamos de ajudar a restaurar ecossistemas, em particular as florestas que podem sugar dióxido de carbono, regular cursos de águas e abrigar a diversidade das espécies. ‘Assim podemos construir um mundo com energia perpétua, ar limpo e água limpa, um mundo estável de que poderemos beneficiar para sempre’.” (jornal Público, 22 de abril 2019, p. 42, Rui Tavares).
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