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É possível conhecer Deus?

                Todo o ser humano tem dentro de si a noção clara da existência do Deus pessoal, criador de todas as coisas e que nos fez à Sua imagem e semelhança. As evidências suficientes encontram-se à sua volta, desde o infinitamente grande do firmamento e do universo com os seus milhões de galáxias, de estrelas, de sóis, de luas, de planetas; até ao infinitamente pequeno da célula e do átomo. O próprio homem, o seu corpo, os órgãos que o compõem, o seu pensamento, a sua consciência e vontade, os seus afetos e emoções, a sua identidade e procura de significado e sentido, propósito e desígnio. O homem pergunta-se e interroga-se. O homem quer saber quem é. O homem questiona-se acerca das suas origens e do seu fim. O homem fala e comunica. O homem pensa, medita, reflete.

                A Bíblia é bem clara a este respeito declarando de forma perentória que o homem é inexcusável diante da revelação natural que o envolve e do qual também faz parte. As consequências são transversais e envolvem a totalidade da vida humana. Nada escapa às suas consequências. Prestem atenção a esta paráfrase de Eugene H. Peterson, em “A Mensagem”, publicada pela Editora Vida, da carta aos Romanos no primeiro capítulo, os versículos de dezoito a trinta e dois:

“Mas o furor divino é despertado pela falta de confiança do ser humano em Deus, pelos erros repetidos, pelas mentiras acumuladas e pela manipulação da verdade. Mas a verdade essencial sobre Deus é muito clara. Abram os olhos e poderão vê-la! Se analisarem com cuidado o que Deus criou, serão capazes de ver o que os olhos deles não enxergam: o poder eterno, por exemplo, e o mistério do ser divino. Portanto, ninguém tem desculpa. Vejam o que aconteceu: a humanidade conhecia Deus perfeitamente, mas deixou de tratá-lo como Deus, recusando-se a adorá-lo, e foi reduzida a um tão terrível estado de insensatez e confusão que a vida humana perdeu o sentido. Eles fingem saber tudo, mas são ignorantes sobre a vida. Trocaram a glória de Deus, que sustenta o mundo, por imagens baratas vendidas na feira.

Então Deus se pronunciou: ‘Se é isso que vocês querem, é o que terão’. Não demorou muito para que fossem viver num chiqueiro, enlameados, sujos por dentro e por fora. Tudo porque trocaram o Deus verdadeiro por um deus falso e passaram a adorar o deus que fizeram no lugar de Deus que os fez - o Deus a quem bendizemos e que nos abençoa. Loucura total!

Então aconteceu o pior. Como se recusaram conhecer Deus, logo perderam a noção do que significa ser humano: mulheres não sabiam mais ser mulheres, homens não sabiam mais ser homens. Sexualmente confusos, abusaram um do outo e se degradaram, mulheres com mulheres, homens com homens - pura libertinagem, pois de modo algum isso pode ser amor. Mas eles pagaram caro por isso, e como pagaram: são vazios de Deus e do amor divino, perversos infelizes e sem amor humano.

Uma vez que eles não se importaram em reconhecer Deus, Deus desistiu deles e os deixou por conta própria. A vida deles agora é uma confusão só, um mal que desce ladeira abaixo. Eles tomam à força o que é alheio, são ambiciosos e caluniadores. Cheios de inveja, violência, brigas e trapaças, fizeram da vida um inferno. Olhem para eles: são maliciosos, venenosos, críticos ferozes de Deus, brigões, arrogantes, gente vazia e insuportável! Mestres em criar meios de destruir vidas e revoltados contra os pais. Não passam de seres tolos, asquerosos, cruéis e intransigentes. Até parece que eles não sabem o que fazem, mas têm plena consciência de que estão cuspindo no rosto de Deus - e não se importam! Pior ainda, premeiam quem faz as piores coisas com eficiência."

O apóstolo Paulo que escreveu esta carta, quando discursava no areópago ateniense declarou: "O Deus que fez o mundo e tudo que está nele, o Senhor dos céus e da terra, não vive em santuários feitos sob medida, nem precisa que a raça humana se desgaste por causa dele, como se ele não pudesse tomar conta de si mesmo. Ele fez as criaturas! Nenhuma criatura o fez. Começando do nada, ele fez toda a raça humana e criou a terra habitável, com muito espaço e tempo para uma vida em que pudéssemos buscar Deus e que, em vez de ficar tateando na escuridão, pudéssemos de fato encontrá-lo. Ele não brinca de esconde-esconde conosco. Ele não está num lugar remoto: está bem próximo. Vivemos e nos movemos nele, não podemos escapar dele! Tanto é que um dos poetas de vocês disse com razão: 'Somos criados por Deus'.” (Atos 17:24-29 – paráfrase “A Mensagem”, Eugene H. Peterson, Editora Vida)

Mas considerando que tudo isto ainda era pouco, para lá de toda a revelação escrita e dos vários homens que Deus levantou como Seus mensageiros, no tempo determinado desde a eternidade, o próprio Deus na pessoa de Jesus Cristo, entrou na história e deu-se a conhecer pessoalmente. Em Jesus temos Deus connosco – entre nós. “Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigénito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” (João 1:18 – JFA revista e atualizada). É possível conhecer Deus. Ele faz parte da nossa História sendo o Senhor dela. Nós podemos fazer parte da Sua História e Ele da nossa. Em Jesus temos a revelação da triunidade divina – o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Uma história maravilhosa que também pode ser a nossa. Uma comunhão absoluta à qual também somos chamados. Assim Jesus orou: “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:21 – JFA revista e atualizada).

 

Samuel R. Pinheiro
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