"QUE FAREMOS?"
Face à apresentação dos factos respeitantes à pessoa de Jesus Cristo – vida, ensino, morte e ressurreição, há alguma coisa de urgente e decisivo para ser feito. Esta foi a pergunta espontânea depois da proclamação do apóstolo Pedro no dia de Pentecostes e irrompeu do coração e da mente da multidão que a escutou. Jesus Cristo veio precisamente para abrir a possibilidade de uma efetiva mudança no interior, na própria essência da natureza humana. O que Ele veio proporcionar foi a realidade de um novo homem, uma nova identidade, a partir do que chamou de novo nascimento. Algo de totalmente diferente do que as religiões podiam apresentar, os impérios podiam criar, os filósofos podiam formular. Esta é a diferença radical de Jesus Cristo.
Não se trata de cosmética, de uma mudança à superfície, nem sequer de uma reciclagem que aproveita o velho para uma nova forma. Colocar uma roupa nova num homem “velho” qualquer religião, filosofia ou ideologia política é capaz de fazer. Tornar um homem novo por dentro, mesmo vestido de andrajos, só Deus pode fazer e tornou possível através de Jesus Cristo. Um filho de Deus continua a sê-lo dentro dum palácio ou numa cubata, dentro de uma masmorra ou no púlpito de um areópago.
O texto bíblico relata o que sucedeu no dia de Pentecostes nos seguintes termos: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (Atos 2:37,38). A paráfrase “A Mensagem” de Eugene H. Peterson, publicada pela Editora Vida, coloca a mesma realidade nos seguintes termos: “Os que ouviam perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: ‘Irmãos, o que vamos fazer agora?’. Pedro respondeu: ‘Mudem de vida. Voltem-se para Deus e sejam batizados, cada um de vocês, no nome de Jesus Cristo, para que seus pecados sejam perdoados. Recebam o dom do Espírito Santo.”
A mente informada dos acontecimentos fulcrais ocorridos com a presença de Jesus Cristo entre nós, e um coração inflamado pelas novidades que Ele pressupõe, coloca a vontade diante de uma escolha decisiva. Alguma coisa pode ser feita, alguma coisa precisa ser feita. Essa é a responsabilidade de cada um de nós individualmente. Arrependimento e conversão são duas palavras-chave. Reconhecer que a vida que vivemos sem Jesus Cristo não presta, mesmo que esteja rodeada de todas as comodidades materiais. É possível viver de uma outra maneira. É possível viver uma vida que satisfaz. É possível ter vida com abundância. É possível ter vida eterna – uma vida que começa aqui e nunca mais acaba, e que atinge a sua plenitude e perfeição, depois da morte, nos lugares celestiais. É possível mudar de rumo, mudando de coração e de forma de pensar e de agir.
O pecado pode ser removido da nossa vida. O que não presta pode ser exterminado. A culpa e a condenação podem ser banidas. Os medos podem desaparecer. Jesus Cristo é o único que pode mudar-nos no ser para que possamos mudar nos nossos comportamentos e atitudes de uma forma efetiva. Esta mudança que começa com o arrependimento e a conversão, prolonga-se numa vida vivida no Espírito sem o qual a vida cristã é impossível. Trata-se de uma possibilidade apenas possível sobrenaturalmente, mas que convoca a nossa vontade. A modernidade enfatizava a razão, a pós-modernidade enfatiza o coração, o evangelho capacita a nossa vontade a decidir e a agir em conformidade com a natureza divina.
Foi assim que Jesus começou o seu ministério público. É assim ainda hoje. Só há evangelho no arrependimento e conversão. Abandonar o pecado e seguir Jesus. “Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1:14,15). Ou segundo a paráfrase de Eugene H. Peterson: “Depois que João foi preso, Jesus mudou-se para a Galileia e ali pregava. ‘O tempo e agora! O Reino de Deus está aqui. Mudem de vida e creiam na Mensagem.’” Agora é o tempo. É possível mudar, inverter a direção, caminhar num futuro glorioso, viver em e com Deus. O fado do desgraçado pode tornar-se uma nova canção da graça divina.
Samuel R. Pinheiro
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