HÁ UMA LINHA...
Há uma linha que separa a Bíblia de todos os restantes livros que o homem pode ler. Daí ser conhecido como o Livro dos livros. Em boa verdade, é mais do que um livro, mas uma autêntica biblioteca de livros. Esses livros que compõem a Bíblia foram escritos ao longo de mais de mil e quinhentos anos, por pessoas de diferentes formações e estatuto social, em geografia e línguas diferentes, com estilos literários bastante distintos. No entanto, a unidade que encontramos no seu conjunto é uma evidência de que há uma Mente, melhor dizendo, uma Pessoa, por detrás de todos os seus escritores, e que é Deus.
A personagem principal do Livro é Jesus Cristo, o próprio Deus que veio ao encontro do homem de uma forma visível, assumindo a dimensão humana e a sua condição, excluindo o pecado, as falhas e imperfeições morais e éticas.
A Bíblia não é um livro de filosofia, nem um livro de ciência. Também não é uma mera obra literária ou de sabedoria, muito menos de autoajuda. Através da sua leitura, somos informados acerca de Deus. Ele é exposto diante dos nossos olhos, através das palavras que usamos e, acima de tudo, no relacionamento concreto ao longo da história da humanidade. Esta revelação acerca de Deus é, simultaneamente, uma informação acerca de nós próprios. Nas suas páginas, descobrimos quem somos, qual é a nossa origem, de onde é que viemos, o que é que aconteceu à humanidade para que nos encontremos na situação em que nos encontramos, a explicação acerca do modo como Deus lidou com essa condição e a maneira pela qual podemos sair dela, vivendo na expetativa de uma nova era de harmonia, de paz, de liberdade, de justiça, de felicidade, de amor.
Ao contrário do que é propalado e permeia a cultura mediática, não somos resultado do nada e não nos deslocamos em direção ao nada. Existe um propósito e um desígnio. Deus preside à História e o seu desfecho não será o aniquilamento, mas a felicidade eterna. A vida não se resume aos anos que aqui passamos. A vida continua depois da morte e, em Jesus Cristo, essa vida é na presença e intimidade com Deus. Para quem rejeita livre e determinantemente a redenção que Deus consumou para nós pela morte de Jesus Cristo, a expetativa é de sofrimento eterno, separados do Criador para todo o sempre. Neste sentido, a Bíblia é portadora das melhores e das piores notícias que o homem pode receber. A verdade contida na Bíblia ilumina o homem a respeito da principal decisão que o homem deve tomar e tem de necessariamente de tomar enquanto vive nesta terra e antes da sua morte.
As suas páginas são um grito de esperança da parte do Eterno. É possível mudar. É possível começar de novo. Cada pessoa pode ser uma nova criação. A herança genética e cultural, as marcas deixadas no mais íntimo do nosso ser, ao longo da nossa caminhada desde a barriga da nossa mãe, pode ser revertida. Com Deus, podemos ter uma nova identidade – ser filhos de Deus e tê-lo como nosso Pai. A Bíblia ensina-nos a viver de uma forma diferente. Mostra-nos como o Espírito Santo gera em nós o fruto para uma nova vida. Essa é uma aprendizagem permanente que nos convoca como pessoas livres, a aprender do próprio Deus. O amor, o perdão e o serviço são as marcas dessa nova vida de uns para com os outros. Com Deus, a vida é de adoração, louvor e ação de graças. Com a Bíblia, vamos aprendendo a viver pela fé, dependendo de Deus, confiando incondicionalmente no seu cuidado e provisão, obedecendo à Sua vontade.
A carta de Deus a cada homem e mulher, de todas as raças e de todas as culturas, contém a mais importante Mensagem que a mente e o coração podem acolher, e que pode mover a vontade do homem em direção a uma nova realidade. Pela Bíblia, a fé adequada é gerada dentro de nós. Uma fé que faz a diferença porque provém do nosso Criador, Sustentador e Redentor.
“Iluminado por tuas palavras, consigo enxergar o caminho; elas lançam um facho de luz sobre a estrada escura.” (Salmo 119:105 – paráfrase “A Mensagem”, Eugene H. Peterson, Editora Vida)
Samuel R. Pinheiro
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