JESUS CRISTO - o princípio e o fim da nossa História
A figura incontornável da História que a dividiu entre o antes e o depois do Seu nascimento. Um Homem inigualável.
Ao pegar na Bíblia como um documento histórico mesmo que seja apenas na sua segunda parte ou nos evangelhos, chegaremos à conclusão de que Jesus Cristo foi e é muito mais do que um Homem. Compulsando as Suas palavras, os Seus ensinos, a Sua personalidade, o Seu caráter, a Sua vida e a Sua morte; seremos surpreendidos ou não, pela declaração dos Seus discípulos e apóstolos, de que voltou à vida. O ministério público de Jesus durante cerca de três anos, e foi marcado pelo sobrenatural, pelo miraculoso: na cura de enfermidades, na libertação de pessoas oprimidas, na multiplicação de pão e de peixe, na ressurreição de mortos, na ação sobre as forças da natureza. Foi traído por um dos Seus escolhidos para discípulo e foram os religiosos que montaram o plano para a Sua condenação à pior morte então conhecida, destinada unicamente aos não romanos. Apesar de alertados para o que Lhe sucederia os Seus seguidores que O acompanharam de perto, ficaram profundamente confusos, desolados, abatidos e dececionados quando se depararam com a Sua morte e que tipo de morte sanguinária! Esses seguidores que viram, com os seus próprios olhos as coisas mais incríveis acontecerem, não conseguiam entender como podia morrer daquele jeito sem qualquer reação de oposição, antes pelo contrário, aceitando-a como fazendo parte do plano que O trouxera à Terra, e fugiram com medo da vingança dos religiosos! Se eles fizeram a Jesus o que fizeram, o que aconteceria com eles? A ressurreição do Mestre deu um volte face total na sua postura, ao ponto de estarem dispostos a morrer do que negar o que tinham visto – Jesus redivivo! As suas vidas passaram a estar, incondicional e radicalmente, dedicadas à proclamação do que acontecera! O que é que ganharam do ponto de vista humano e no tempo das suas existências terrenas? Perseguição, maus tratos, incompreensão, acusações, e à exceção de João, o martírio! Mas eles tinham a certeza de que a vida não se resume aos anos que aqui passariam e não podiam silenciar o que tinham presenciado!
Existem algumas pessoas que têm dificuldade em aceitar o miraculoso na vida de Jesus, mas tudo é resolvido pela Sua identidade. Se Ele é quem disse que era, é de esperar que a Sua vida se distinga de todas as demais e que Ele faça o que outros não conseguem fazer. Todas as dificuldades se diluem Se admitirmos que Ele é quem disse que era! Se projetássemos como seria a vinda à Terra de uma pessoa divina certamente que incluiríamos nas previsões da sua vida o miraculoso. Os milagres de Jesus a par com a o que seria de esperar numa pessoa como Ele, são também o anúncio da presença do reino de Deus entre nós, e uma antevisão do que será a sua implementação total.
Uma das questões com que os céticos e os crentes se debatem tem a ver com a existência do mal, da injustiça e do sofrimento, na existência humana. A realidade é que os milagres de Jesus nos dizem que não será sempre assim. Jesus veio para resolver a questão de fundo na relação do homem com Deus. A posição dos crentes diante de Jesus é que toda esta presente condição será superada e Ele há de trazer novos céus e nova terra. Mesmo entretanto os milagres continuam a acontecer, embora nem sempre deles tenhamos conhecimento.
Dois outros aspetos centrais na vida de Jesus é o facto de ser adorado o que um judeu nunca faria senão estivesse convencido de que Ele era divino, e o perdão de pecados que declarou para as pessoas que à Sua volta queriam mudar de vida, ou seja estavam arrependidas do modo como até então tinham vivido e diante Dele percebiam que tal era possível!
O que Jesus veio possibilitar foi um novo começo para a nossa vida, o que Ele designou de novo nascimento. De todas as declarações de Jesus esta é aquela que eu coloco em primeiro lugar. Um milagre de transformação, sermos feitos filhos de Deus! Interessante que esta declaração foi feita a um religioso, cumpridor rigoroso de todos os preceitos éticos e morais. Ele precisava de muito mais, algo que só Deus pode fazer! Ser uma nova pessoa, ter uma nova identidade, nascer de novo, ser filho de Deus, invocar a Deus como Pai!
Depois dessa mudança por dentro há uma nova vida a viver de acordo com o que Jesus nos ensinou, tendo Ele mesmo vivido dessa forma. O propósito central de Jesus não foi tonar-nos melhores eticamente, mas provocar uma mudança genuína em quem somos, para que a partir daí comecemos a viver de forma diferente! Um novo ser para uma nova vida!
Depois de considerar atentamente a figura central da Bíblia como um todo, voltaremos a ela com outros olhos, com uma nova perceção, com um novo entendimento: a Bíblia passará a ser para nós a Palavra de Deus! Foi assim mesmo que Jesus a considerou e se Ele é quem disse que era, então tem a autoridade para declarar a Bíblia como Palavra de Deus, como revelação divina.
A Grande História da Bíblia vai de eternidade a eternidade. No tempo e na História apresenta-nos o desenrolar do plano de restauração operado por Deus na vida de homens e mulheres, de famílias, tribos e nações. Existem eventos que porventura irão deixar os seus leitores atónitos, escandalizados e atordoados. Cada uma dessas situações não deixou Deus abalado ou confuso. Todos esses preparativos culminaram no nascimento e na vida de Jesus há cerca de dois mil anos e nos desdobramentos que ainda hoje se vão sucedendo. Todos esses acontecimentos e todos os restantes têm que ser perscrutados à luz da pessoa e da vida de Jesus Cristo! os que nos parecem brutais demasiado para que Deus tivesse consentido com eles ou os tivesse assumido como da Sua iniciativa, devem ser visto à luz do que significou e implicou a entrada em carne e osso do próprio Deus na História dos Homens, não como um super-homem, mas como um homem sujeito às suas limitações, e de um modo muito mais brutal à luz de uma morte horrível que como o governador romano confessou era absolutamente injusta, e um criminoso crucificado ao seu lado, declarou “este nenhum mal fez”!
Jesus veio apresentar-nos muito mais do que uma grande ideia. Tudo o que Ele falou Ele viveu, mas acima de tudo isso tudo tem mesmo valor tendo em consideração quem Ele mostrou que é. Só um híper-megalómano podia falar de si como Jesus falou, e não seria preciso muito para detetar incongruências, debilidades, sintomas de perturbações psíquicas. Mas nada disso se podia vislumbrar em Jesus Cristo. Muito pelo contrário! A Sua sanidade, perfeição, equilíbrio que só a palavra santidade traduz de modo adequado, continua visível em toda a Sua personalidade e caráter.
Alguém poderá argumentar que nem todos pensam assim! É verdade! Mas muitos dos que assim pensam ainda não se detiveram o tempo suficiente para conhecer a pessoa de Jesus, se é que já investiram algum do seu tempo a apreciar a Sua vida e os Seus ensinos! Falamos de tanta coisa, ouvimos tanto, contemplamos tanto do que Ele inspirou, estamos rodeados de criações que tiveram por base essa vida incomparável e inexcedível. É de todo avisado que se invista uma parte do nosso tempo para conhecê-lO.
Samuel R. Pinheiro