O Homem-Deus. Seria mais fácil, penso às vezes, se Deus nos tivesse dado um conjunto de ideias para ruminar, chegar a uma decisão e decidir se aceitamos ou rejeitamos. Ele não o fez. Ele nos deu a si mesmo na forma de uma pessoa. (p. 282)
Se Jesus não é Deus, então ele está gravemente iludido.
C. S. Lewis frisou essa visão com força. “A discrepância entre a profundeza e a sanidade e (deixem-me acrescentar) a sagacidade de seus ensinamentos morais e a desenfreada megalomania que devia jazer por trás de seus ensinamentos teológicos, a não ser que ele seja realmente Deus, nunca foi satisfatoriamente resolvida”, ele escreve em Miracles (Milagres). Lewis expôs o argumento de maneira mais colorida numa famosa passagem de Cristianismo puro e simples: “Um homem que foi simplesmente um homem e disse o tipo de coisas que Jesus disse não seria um grande professor de moral. Seria um lunático – do nível do homem que diz que é um ovo escaldado – ou seria o diabo em pessoa. Você precisa escolher. Ou esse homem foi, e é, o Filho de Deus; ou foi um louco ou coisa pior”. (p. 284)
A cruz é o centro da fé evangélica. (p. 5)
Os cristãos evangélicos crêem que em Cristo e através do Cristo crucificado Deus substituiu a si mesmo por nós e levou nossos pecados, morrendo em nosso lugar a morte que merecíamos morrer, a fim de que pudéssemos ser restaurados em seu favor e adoptados na sua família. (p. 5)
Ele levou o juízo que merecemos a fim de trazer-nos o perdão que não merecemos. Na cruz, a misericórdia e a justiça divina foram igualmente expressas e eternamente reconciliadas. (p. 79)
Pode-se dizer, portanto, que o conceito da substituição está no coração tanto do pecado quanto da salvação. Pois a essência do pecado é o homem substituindo-se a si mesmo por Deus, ao passo que a essência da salvação é Deus substituindo-se a si mesmo pelo pecado. O homem declara-se contra Deus e coloca-se onde Deus merece estar; Deus sacrifica-se a si mesmo pelo homem e coloca-se onde o homem merece estar. O homem reivindica prerrogativas que pertencem somente a Deus; Deus aceita penalidades que pertencem ao homem somente. (p. 144)
Será que alguns personagens da literatura mundial se aproximaram da personalidade de Cristo? Desde que Gutenberg inventou as técnicas gráficas modernas, tem havido dezenas de milhares de autores que criaram milhões de personagens na literatura. Será que alguns desses personagens teve uma personalidade com as características de Cristo? está aí um bom desafio de investigação! Realmente creio que não. As características de Cristo fogem ao padrão do espectáculo da inteligência e criatividade humanas.
No passado, Cristo era para mim fruto da cultura e da religiosidade humana. Porém, após anos de investigação, convenci-me de que não estou a estudar a inteligência de uma pessoa fictícia, imaginária, mas de alguém real, que andou e respirou na terra. É possível rejeitá-lo; todavia, se investigarmos as suas biografias não há como negar a sua existência e reconhecer a sua perturbadora personalidade. A personalidade de Cristo é "inconstrutível" pela imaginação humana. (pp. 30,31)
· Se Jesus é o Filho de Deus, seus ensinos são mais que meras ideias correctas de um mestre sábio; são posições divinas sobre as quais posso com confiança edificar minha vida.
· Se Jesus estabelece o padrão da moralidade, posso agora ter um fundamento inabalável para minhas escolhas e decisões, em vez de baseá-las na areia movediça dos interesses próprios e do egocentrismo.
· Se Jesus ressuscitou, ele ainda está vivo hoje e disponível para que eu o encontre pessoalmente.
· Se Jesus derrotou a morte, ele pode abrir a porta da vida eterna para mim também.
· Se Jesus tem poder divino, ele tem a capacidade sobrenatural de me guiar, ajudar e transformar enquanto eu o sigo.
· Se Jesus conhece pessoalmente a dor da perda e do sofrimento, ele pode-me consolar e encorajar em meio à turbulência que ela avisou que seria inevitável em um mundo corrompido pelo pecado.
· Se Jesus me ama como diz, ele tem meus melhores interesses em mente. Isso significa que nada tenho a perder e tudo a ganhar ao me confiar a ele e a seus propósitos.
Se Jesus é quem afirma ser (e lembre-se de que nenhum líder de qualquer outra religião importante jamais disse ser Deus), como meu Criador ele merece por direito minha lealdade, obediência e adoração. (pp. 351,352)
Um dia, alguém me disse: “Jesus foi simplesmente um homem como nós; foi o fundador duma religião, nada mais.” Eu respondi: “Certamente não estamos a falar da mesma pessoa. Eu estou a falar daquele que disse: “Vós sois de baixo; eu sou de cima.” A pessoa a que me refiro é o Filho do Deus vivo, o único, o ser extraordinário que veio ao nosso pobre, perdido e amaldiçoado mundo.” (p. 152)
O cristão é uma pessoa que pode dizer no íntimo do seu ser: “Eu creio que Jesus Cristo – verdadeiro Deus, gerado pelo Pai desde a eternidade, mas também verdadeiro homem de verdadeiro homem, nascido da virgem Maria – é o meu Senhor, e foi ele que me salvou, a mim, pobre pecador perdido e condenado.” (p. 112)
Deus é-nos totalmente desconhecido e alheio. Ele só se revela duma maneira – em Jesus. E antes de continuarmos temos de saber quem é Jesus. Portanto, meus senhores, só recomeçaremos o debate depois de termos considerado primeiro a revelação de Deus. (p. 167)
Tenho um amigo em Sri Lanka que era um budista devoto e um leitor voraz. Certo dia, foi à biblioteca municipal da cidade onde morava, e tomou emprestado um livro sobre a vida de Cristo. Depois de lê-lo, deu-se conta de que a vida de Jesus não tinha paralelo na história da humanidade. Sabia que tinha que tomar uma atitude, no tocante às reivindicações que Jesus fez. Foi procurar alguém que lhe pudesse contar mais a respeito de Cristo. Esse contacto com os cristãos levou-o a se tornar um seguidor fervoroso de Jesus Cristo. (p. 66)
(...) o cristianismo é Cristo. Já que o cristianismo é Cristo, logo, a sua cruz é a chave para entendê-lo. (p. 125)
Alegremo-nos pela oportunidade de representar Cristo em nossa era pluralista. Estes não são tempos de esconder a luz em nossos corações, mas de deixá-la brilhar no crepúsculo enevoado do pluralismo religioso. Nunca foi tão importante ter Cristo não apenas em nossas cabeças, mas também em nossos corações! (p. 13)
Os cristãos não são chamados para torcer as mãos em desespero quando ideias pagãs tentam diluir as verdades do Evangelho. Somos chamados a dar uma resposta de crédito, a levantar sua bandeira e esperar que pelo menos algumas pessoas a saúdem. Espero que você compartilhe minha paixão em conhecer a Cristo com tal precisão, ser convencido de suas credenciais com tamanha certeza e ver sua singularidade com tanta clareza. Que possamos apresentá-lo a qualquer um, a despeito de suas convicções religiosas. (p. 26)
Jesus não é apenas o modelo para a nossa vida, não nos ensina apenas a viver, não nos dá apenas a vida, Ele é a própria vida.
Como eu gostaria de ter a capacidade de apresentar Jesus como Ele deve ser apresentado. Como eu gostaria de dominar a palavra de modo a que ela ressaltasse toda a beleza que n’Ele reside. Mas já aprendi, há muito tempo, que ninguém nunca dirá a respeito de Jesus mais ou melhor do que Ele próprio falou de Si mesmo. Nunca a respeito de alguém se escreveu tanto como acerca de Jesus e, no entanto, Ele continua inesgotável. O mais que se possa dizer nunca sobrepujará o que Ele disse. A Sua pessoa continua a alimentar a veia dos artistas, dos pintores, dos músicos, dos escritores, dos poetas, dos filósofos. Mesmo os que O negam ou pretendem distorcer a Sua imagem, ainda assim precisam d’Ele para alimentar a sua reflexão e o seu cepticismo face à vida. Acabam por negar-se a si mesmos porque não têm outra alternativa a oferecer que não a morte, o nada, o vazio, o efémero, a frustração. Não têm nada, nem ninguém, para oferecer como alternativa a Jesus Cristo – o Salvador e o Senhor da humanidade.
Definitivamente, o evangelho não é um conjunto de princípios, mas é o próprio Jesus Cristo. (p. 131)
(…) As quatro perguntas são estas: (1) Quem sou eu? (2) Por que estou aqui? (3) O que está errado no mundo? e (4) Como podemos consertar o que está errado? (…) (p. 59)
Alguns de vocês podem estar confusos, pensando como este texto pode ser uma resposta para a pergunta: “Quem sou eu?” A resposta é que vocês não podem imaginar quem são vocês até que, antes de mais nada, descubram quem é Ele. Jesus é a imagem do Deus invisível. É a representação exacta do Pai. É o retrato de Deus em carne humana. Ele é Deus sobre esta terra. Ele é Deus connosco, Deus entre nós. Ele é o Todo-poderoso, “porque nele foram criadas todas as coisas”, e é o Criador de todas as coisas. (p. 62)
E é bem nesse ponto que você pode ver a diferença entre o cristianismo e todas as demais religiões, incluindo aquela dos que não têm religião. A essência das outras religiões é o conselho; já o cristianismo é essencialmente boas-novas. As outras religiões dizem: "Isso é o que você deve fazer para estar ligado a Deus para sempre; é assim que você deve viver para ganhar acesso a Deus". Mas o evangelho diz: "Isso é o que foi feito na história. Foi assim que Jesus viveu e morreu para que você tivesse acesso a Deus". O cristianismo é completamente diferente. É a jubilosa notícia, as boas-novas. (p. 34)
O evangelho está no fato de que você tem acesso a Deus não com base em algo que você tenha feito (ou tenha deixado de fazer), mas com base naquilo que Jesus fez, na história, por você. E isso torna o cristianismo e o evangelho absolutamente diferentes de qualquer outra religião ou filosofia. (p. 34)
O que nos diz sobre Cristo está relacionado à sua consciência de si mesmo como Filho de Deus. Embora fosse apenas um camponês da Galileia, um carpinteiro profissional e um pregador por vocação, ele afirmava ser o Mestre e o Senhor de tudo. Ele dizia ter autoridade sobre seus seguidores para dizer-lhes em que deveriam acreditar e o que deveriam fazer. Esta é uma afirmação clara (ainda que indireta) de divindade, pois nenhum simples ser humano pode exercer domínio sobre a mente e a vontade dos outros. Mais do que isso, ao defender sua afirmação, ele não mostrou sinal algum de desequilíbrio mental. Pelo contrário, tendo acabado de cear, enrolou uma toalha no corpo, derramou água em uma bacia, ajoelhou-se e lavou os pés aos discípulos. Ele, que dizia ser mestre e senhor deles, se humilhou para servir-lhes. E é essa combinação paradoxal de senhorio e serviço, de autoridade e humildade, de grandes declarações e conduta humilde que representa a maior evidência de que (nas palavras de João neste mesmo capítulo) ele "viera de Deus e estava voltando para Deus" (v. 3). (pp. 182,183)
Não há ninguém como ele, nunca houve nem haverá. (p. 14)
Não há fé ou vida cristã autêntica, a menos que a cruz esteja no centro. (p. 27)
Como escreveu o Bispo Stephen Neill, "a mensagem central dos evangelhos não é o ensino de Jesus, mas o próprio Jesus". (p. 37)
Assim, o segundo Artigo Anglicano traz:
O Filho que é a Palavra do Pai, gerado desde a eternidade do Pai, o próprio Deus eterno, e da mesma substância que o Pai, tomou a natureza humana no ventre da Virgem bendita, isto é, a Deidade e a humanidade, foram unidas em uma pessoa, para jamais serem divididas, pelo que há um Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem...(p. 85)
Quando C. S. Lewis se converteu, declarou: "Pensei que tivesse chegado a um lugar. Descobri que havia chegado a uma pessoa." (p. 16)
O mundo do entretenimento tornou-se o mais poderoso meio de propaganda, e o público não tem conhecimento de quanto está sendo influenciado e manipulado. (p. 21)
Não pude deixar de pensar como Jesus foi pressionado por seus seguidores para se tornar um rei, para transformar pedras em pão, para usar Deus Pai em favor de suas próprias finalidades. Jesus resistiu à tentação do autoengrandecimento. Ele é Deus; portanto, uma atitude de engrandecimento teria sido algo legítimo. Entretanto, alguns de seus seguidores (que não são deuses) não têm resistido a essa tentação. (p. 46)
(…) Jesus disse que há um só caminho para Deus. Isso choca as tendências e a mentalidade pós-moderna. O hinduísmo e o bahaísmo há muito questionam o conceito de um único caminho para Deus. A religião hindu, com seu sistema multifacetado de crenças, ataca com ferocidade tal exclusividade. (p. 19)
Encontrei o Jesus que conheço e amo aos dezassete anos de idade. No entanto, seu nome e seu poder de atracção significam infinitamente mais para mim do que quando entreguei a ele a minha vida. Eu o busquei porque não sabia mais para onde ir. Continuo com ele porque não quero ir para outro lugar. Fui a ele almejando algo que não tinha. Continuo com ele porque possuo algo de que não abro mão. Fui a ele como um estranho. Continuo com ele na mais íntima amizade. Fui a ele incerto quanto ao futuro. Continuo com ele certo quanto ao meu destino. Eu o busquei em meio aos ensurdecedores gritos de uma cultura que possui 330 milhões de divindades. Continuo com ele sabendo que a verdade é, por definição, exclusiva. (p. 21)